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Ciclo de pensamentos negativos na depressão e seu tratamento

  • Foto do escritor: CA FAMERV
    CA FAMERV
  • 8 de mar. de 2021
  • 2 min de leitura

Quando a neurociência explica a psicologia é realmente incrível. Aqui expus um resumo bem sucinto de um assunto que é tão interessante quanto complexo, contendo uma explicação breve para o “remoer” de pensamentos negativos e, também, um pouco sobre eficácia da terapia cognitivo comportamental e tratamento com antidepressivos.


Por Victor Hugo Ferreira de Melo Vaz


Em 2001 foi publicado um artigo na revista PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America), importante revista científica que teve sua primeira publicação em 1915, mostrando que o cérebro possui uma série de áreas que são mais ativas quando não estamos focando nossa atenção em nada do mundo exterior como, por exemplo, quando estamos divagando. Os autores nomearam essa série de áreas de “default mode network” ou “rede de modo padrão”. Após alguns anos, outros pesquisadores descobriram que essa rede está ativa quando estamos pensando em nós, nos outros e no futuro. Curiosamente, a premissa da psicologia cognitiva diz que pessoas com transtornos psicológicos como depressão tendem a pensar de maneira equivocada sobre ela, os outros e o futuro. Esse fato explica o motivo de sempre estarmos “remoendo” pensamentos e criando tempestade em copo d’água, isto é, há uma rede neural envolvida nisso.

Partindo desses princípios, foi feita uma análise detalhada e padronizada dessa rede neural em pessoas com depressão para concluir se há, de fato, diferenças neuronais que justifiquem o ciclo de pensamentos negativos na depressão. Nesse contexto, em 2017 pesquisadores recrutaram pessoas com e sem depressão para analisar a atividade dessa rede. Concluiu-se que pessoas com depressão apresentam maior variabilidade na conectividade dessa rede, o que, segundo os autores, pode explicar o porquê dessas pessoas não conseguirem fugir desse ciclo de pensamentos negativos. Além disso, outros estudos demonstram que a TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental) pode modular essa rede, podendo ser uma alternativa pelas quais a terapia atua melhorando os sintomas.

Outro ponto muito importante é que antidepressivos e a TCC (Terapia Cognitivo

Comportamental) são igualmente eficazes no tratamento da depressão. Um estudo de meta-análise a partir de um compilado de vários outros evidenciados buscou sanar a seguinte dúvida: “terapia ou medicamento?”. Analisando diversos dados da literatura científica, os autores são categóricos em concluir que não há, de fato, diferença na efetividade entre ambos os tratamentos na depressão. Essa conclusão de estudo permanece consistente desde 1970. Por fim, vale ressaltar que a associação entre terapia e farmacoterapia é uma alternativa muito viável em alguns casos, pois o medicamento se torna uma ferramenta muito eficaz para aumentar adesão do paciente à terapia.

 
 
 

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